10 março 2006

Como será a temporada 2006 - parte II - Equipes e pilotos


Renault

Campeã no ano passado, a Renault enfrenta incertezas nesta temporada. Por um lado, seu piloto número 1, Alonso, já está de contrato assinado com a McLaren para 2007, e isso pode gerar atritos entre ele e a equipe. Por outro lado, o presidente da empresa vive querendo podar os gastos com a F1, e a Renault precisa continuar vencendo para permanecer na categoria. Parece ter feito, assim como no ano passado, um carro forte para enfrentar o campeonato, e sem dúvida é uma das favoritas ao título.

Pilotos:

Fernando Alonso - campeão no ano passado, quebrando a hegemonia de Schumacher, o jovem espanhol parece ser bastante maduro e experiente para sua pouca idade. É um piloto que corre com o regulamento debaixo do braço - não costuma se arriscar se puder beliscar alguns pontos importantes. Assinou contrato para correr pela McLaren em 2007, o que pode prejudicá-lo junto à Renault nesta temporada.

Giancarlo Fisichella - o italiano vive na fila para entrar na galeria dos grandes pilotos, mas sempre falta alguma coisa. Começou o ano passado muito bem, vencendo a corrida da Austrália, mas depois foi eclipsado por Alonso e enfrentou problemas até o fim do campeonato. É consistente, rápido e pilota bem debaixo de chuva.

McLaren

Depois de começar mal o ano passado, recuperou-se e na segunda metade da temporada tinha o carro mais veloz - o que não foi suficiente para recuperar um título que não consegue desde 1999. Neste ano, parece repetir a sina: seu carro tem apresentado alguns problemas, principalmente em relação à confiabilidade, mas a equipe é forte e talentosa, e sempre pode ameaçar a favorita Renault. O problema é que perderam um dos melhores projetistas da F1, Adrian Newey, que foi para a Red Bull.

Pilotos:

Kimi Raikkonen - Vice-campeão no ano passado, é rápido, tem um ótimo ritmo de corrida e sabe encarar os problemas e as pressões com frieza - tanto que recebeu o apelido de "Iceman". Pode ser que vá para a Ferrari em 2007, mas tem sido discreto sobre o assunto para evitar se queimar dentro do time.

Juan Pablo Montoya - chegou como grande promessa, murchou ao longo dos anos e agora cumpre - às vezes sem muito entusiasmo - o papel de segundo piloto. Se tem um bom equipamento, é capaz de render bem, mas continua irregular em ritmo de corrida.

Ferrari

Depois de dominar a categoria durante cinco anos, a Ferrari desceu ladeira abaixo no ano passado e busca a recuperação neste ano. Trocou um brasileiro desanimado (Barrichello) por um brasileiro cheio de gás (Massa), mas continua dependendo do gênio de Michael Schumacher. E esse é seu maior problema, uma vez que Schummy decide este ano se vai parar ou continuar a correr. Tudo depende do desempenho do carro, e os prognósticos, com base nos primeiros testes, não são muito animadores. Mas a volta das trocas de pneus pode ajudar a equipe, que é conhecida por excelentes estratégias de pitstops.

Pilotos:

Michael Schumacher - último dos grandes gênios do esporte, sete vezes campeão do mundo, não precisa mais provar nada pra ninguém; só continua a correr por prazer, e se o carro da Ferrari não lhe proporcionar o prazer de vencer em 2007, ele pendura as chuteiras.

Felipe Massa - sabe que só tem uma bala na agulha; com contrato apenas para este ano, precisa mostrar serviço se quiser continuar no time na era pós-Schumacher. Tem o entusiasmo e a impetuosidade dos jovens, e é um piloto rápido. Resta saber como vai lidar com o fato de que a Ferrari gira em torno de Schumacher.

Toyota

Entrou na categoria despejando um caminhão de dinheiro para tentar ser campeã, mas nunca passou de resultados medíocres. Este ano, parece novamente ter errado a mão no projeto do carro, que já precisa passar por revisões aerodinâmicas. Mas tem dinheiro para investir, e pode corrigir rumos ao longo da temporada. Ou não.

Pilotos:

Ralf Schumacher - o irmão menos talentoso de Michael Schumacher até agora não mostrou a que veio na F1. É esforçado, mas muito irregular em ritmo de corrida.

Jarno Trulli - outra promessa que parece não se concretizar, é excelente piloto quando as coisas vão bem, mas encolhe nos momentos difíceis, não sendo capaz de tirar o máximo de um carro ruim.

Williams

Última representante das equipes independentes, não está ligada a nenhuma montadora e é a única herdeira da tradição dos "garagistas" da década de 70. Com claras dificuldades financeiras, terá em 2006 um ano de transição, correndo com motores Cosworth para tapar buraco até 2007, quando correrá com motores Toyota. Não se deve esperar muito da equipe neste ano.

Pilotos:

Mark Webber - tem mais fama do que talento. Despontou como um piloto rápido tirando leite de pedra com o péssimo carro da extinta Jaguar, mas bastou ir para uma equipe "de ponta" (ou de tradição) para mostrar que não é lá essas coisas. Ocasionalmente entrega um bom desempenho, mas na maioria das vezes é um piloto apagado.

Nico Rosberg - um dos estreantes na categoria em 2006, vem com o prestígio de campeão da GP2 - categoria de acesso à F1 - e com a expectativa de ser tão rápido quanto seu pai, o campeão Keke Rosberg. Deixou boa impressão nos testes de pré-temporada, mas deve sofrer com as dores do noviciado.