18 março 2009

Voltando à ativa

E o Cockpit está de volta, para alegria dos meus três leitores, um dos quais sou eu mesmo...

Como sempre, vamos abordar aqui tudo sobre a Fórmula 1: notícias, treinos, GPs, fofocas, o escambau. Depois da frustração de ver Felipe Massa perder o título na última curva do último GP do ano passado, a temporada 2009 promete ser revolucionária, a julgar pelas mudanças de regras que visam trazer mais competitividade à categoria. Mas vamos por partes, como diria um célebre assassino inglês.

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A Ressurreição de Barrichello

No final de 2008, Rubens Barrichello era um cadáver ambulante. Depois que a crise financeira levou ao anúncio da Honda de que iria pular fora do grid da F1 em 2009 para cortar custos, Barrichello ficou num incômodo limbo. A situação do brasileiro já não era boa antes do anúncio da Honda, pois havia dúvidas se ele permaneceria na equipe e nenhum outro time da F1 estava interessado em seus serviços. Aí a Honda fez testes com alguns pilotos – entre eles o sobrinho de Ayrton Senna, Bruno – e o futuro de Barrichello parecia ser a aposentadoria ou a mudança para outra categoria do automobilismo.

De repente, o cenário dá um violento cavalo de pau (se me permitem a metáfora) e o espólio da Honda é assumido por Ross Brawn, que renomeia a equipe como Brawn GP e consegue um adiantamento da FIA para tocar o barco e botar seus dois carrinhos no grid da Austrália, primeira corrida do campeonato. Barrichello é confirmado como titular da nova equipe (ao lado de Jenson Button) e, para surpresa geral, deixa as outras equipes comendo poeira nos primeiros testes coletivos em Barcelona e Jerez de la Frontera. O carro da Brawn GP parece ser o mais bem nascido dentre todos os competidores; se não houver nenhuma malandragem para colocar o carro entre os primeiros e assim atrair patrocínio, o bólido parece veloz, confiável e redondinho. E Barrichello saboreia sua vingança contra todos os que o consideravam carta fora do baralho.

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As Novas Regras e a Regra do “Ou Vai Ou Racha”

As novas regras da F1 são uma miscelânea de boas intenções, propostas estapafúrdias e pisadas na bola; só durante o campeonato vai ser possível saber o que funciona e o que deve ser descartado.

A idéia da volta dos pneus slick (sem ranhuras) parece boa, juntamente com as mexidas na parte aerodinâmica, que tentam facilitar as ultrapassagens. O problema está na imposição do KERS (ou Sistema de Recuperação de Energia Cinética), uma tecnologia cara e pouco testada que pode levar a algumas quebras inesperadas, principalmente nas primeiras provas.

A regra que determina um teto para o orçamento das equipes (91 milhões de verdinhas, incluindo salários dos pilotos), por outro lado, é totalmente irreal e estapafúrdia. As grandes equipes, como Ferrari e McLaren, gastam o dobro ou o triplo desse valor e tentar limitar os gastos forçando um teto baixo como esse só irá provocar a ira das equipes, o que já vem acontecendo.

A pior de todas as inovações, sem dúvida, é a regra do “ou vai ou racha”: a definição do campeão da temporada agora se dá pelo número de vitórias e não mais pelo número de pontos somados. Os pontos só valem para definir o campeão em caso de empate no número de vitórias e para definir a posição dos outros pilotos a partir do vice-campeão para baixo.

Nem é preciso dizer que essa regra tem o potencial de gerar enormes injustiças, além de outras implicações. E se um piloto ganhar seis corridas (somando portanto 60 pontos) e não fizer mais nada no resto do campeonato, enquanto um outro piloto ganha cinco provas e consegue mais uns quatro segundos lugares e uns cinco terceiros lugares, somando assim mais pontos do que o primeiro? Não parece justo que a regra premie apenas aquele com maior número de vitórias, deixando de lado a regularidade e a competência do outro piloto.

Outro problema é que, se a vitória é só o que vale, porque um piloto iria disputar um terceiro ou um quarto lugar com outro piloto? Pela nova regra, qualquer coisa abaixo da vitória não vale nada, então o piloto não terá estímulo para disputar posições intermediárias. Lembram da vitória de Lewis Hamilton no campeonato de 2008? Felipe Massa ganhou a corrida e cruzou a linha de chegada como campeão; Hamilton precisava chegar em quinto para manter a vantagem nos pontos, e só conseguiu isso na última curva, ultrapassando a Toyota de Timo Glock. Foi um final emocionante para todos os envolvidos. Algo que, com a nova regra, dificilmente irá acontecer.

Além disso, existe a possibilidade, embora remota, de que o campeonato acabe depois de apenas nove corridas. Se um piloto ganhar as nove primeiras provas (de um total de 17), o campeonato acaba, porque um rival só poderia conquistar oito vitórias no resto do campeonato. Tudo bem, com o atual equilíbrio entre pilotos e equipes de ponta, é pouco provável que isso ocorra, mas a possibilidade existe e ela é incômoda.

Além disso, a regra mata a competição entre os pilotos dentro de uma equipe; ou alguém acha, em sã consciência, que uma equipe como a Ferrari vai deixar que seus pilotos se engalfinhem na disputa pelo título, dividindo vitórias? Todas as fichas serão apostadas em um único nome, e o outro piloto poderia muito bem ser o pipoqueiro da esquina. Senna/Prost? Piquet/Mansell? Alonso/Hamilton? Esqueçam essas grandes disputas, elas morrem com a nova regra.

De forma geral, é uma decisão desastrosa da FIA (e de Bernie Ecclestone), que dificilmente trará bons resultados para o esporte. Seria muito mais sensato que o vencedor passasse a receber mais pontos do que o segundo colocado, voltando ao sistema antigo (em que a diferença entre primeiro e o segundo era de três pontos ao invés de dois), ou até mesmo ampliando a diferença para quatro ou cinco pontos. Isso sim, estimularia os pilotos a lutar pelas vitórias, mas não desestimularia aqueles que não têm condições de vencer uma corrida específica mas esperam acumular pontos suficientes para fazer a balança pender a seu favor. Do jeito que fica com a nova regra, o segundo colocado poderia muito bem encostar seu carro no box e poupar seu equipamento para a prova seguinte.

Isso sem falar na possibilidade de ocorrerem disputas desleais na pista; afinal, o segundo colocado não tem nada a perder ao forçar uma ultrapassagem sobre o primeiro, enquanto este tem tudo a perder se resolver defender sua posição a qualquer custo.

Mas, como tudo na vida, esperemos para ver o que acontece. Pode ser que eu esteja redondamente enganado e a regra do “ou vai ou racha” acabe sendo um grande sucesso. Veremos.

Depois eu volto com o perfil das equipes e pilotos que disputam a temporada de 2009. 

12 maio 2007

Bahrein já foi, agora é Espanha

Por razões de força maior, acabei sem comentar aqui a bela vitória de Felipe Massa no GP do Bahrein, há quase um mês atrás. Vitória que o colocou com alguma chance de brigar pelo título desta temporada. O mais interessante é como o campeonato está embolado, com Alonso, Raikkonen e Hamilton dividindo a liderança neste momento.

Bom, o GP do Bahrein são águas (ou melhor, areias) passadas e agora é a Espanha. Circuito de Montmeló, em Barcelona. É um circuito que todas as equipes conhecem de trás pra frente, graças ao grande número de testes que são realizados ali tanto durante a pré-temporada, no inverno, quanto durante a disputa do campeonato - basta lembrar que na semana passada as equipes estavam quase todas lá, testando suas novidades e novos acertos para a fase européia do campeonato.

E é também a "casa" de Alonso, então não é surpresa que o espanhol tenha feito o melhor tempo nos treinos livres de hoje (sexta-feira, 11). Aliás, a McLaren dominou ambos os treinos, sendo que Hamilton foi o mais rápido no primeiro. O tempo de Alonso, 1min21s397, foi quase quatro décimos mais veloz que o de Fisichella, segundo colocado no geral. Sabe-se que a Renault andou hoje só com o cheiro da gasolina no tanque, então eles devem cair no grid amanhã. Resta saber se a McLaren usou a mesma estratégia pro Alonso sair bem na foto ou se eles estão realmente tão bons assim.

A Ferrari foi, no máximo, discreta. Massa foi o quinto no primeiro treino e o quarto colocado no segundo. Nada de muito espetacular. A verdade é que os treinos de sexta são péssimos pra se fazer qualquer previsão, então vamos ver amanhã.

E o velho Michael Schumacher deu as caras no paddock pela primeira vez desde o início da temporada... Disse que não quer ser dirigente, não sabe como será seu futuro e despistou qualquer insinuação de que ocupa um cargo na Ferrari. O cargo que eu queria que ele voltasse a ocupar era o de piloto...

E pau no cu da Rede Globo, que resolveu exibir apenas uma hora da corrida, no domingo, e depois vai cortar a transmissão para exibir uma missa (!) do papa Bento XVI (!!). Puuutz. Ou seja, neguinho vai ligar a TV pensando em ver o Massa brigando pela vitória e quando a corrida estiver com 66 voltas vai dar de cara com o "buldogue de Deus" rezando pelas almas dos pecadores. Aaaaargh! É nisso que dá o monopólio da Globo. Desrespeito total com o espectador.

Pelo menos vão passar o treino na íntegra. Espero.

14 abril 2007

Tudo normal no Bahrein

O treino de classificação para o GP do Bahrein foi o sonho de qualquer comentarista de F1: tudo se encaixou conforme as previsões. Nenhum lance de ousadia, nenhuma zebra, nenhuma grande surpresa. As três forças do campeonato estão lá, corretamente distribuídas nas seis primeiras posições.

Felipe Massa fez a pole com 1min32s652, seguido pela McLaren de Lewis Hamilton com 1min32s935 - e, francamente, ninguém se surpreende mais por Hamilton andar à frente de Alonso, ainda que a performance dele continue sendo assombrosa para um estreante. Kimi Raikkonen colocou sua Ferrari em terceiro e Alonso larga em quarto. Parece ("parece", hein?) que a Ferrari vai melhor do que a McLaren nesta pista açoitada por ventos e areia no Bahrein.

A terceira fila foi da BMW, com Heidfeld em 5º e Kubica em 6º. Mais uma vez, tudo dentro dos conformes. Até as decepções foram as previstas: a Honda continua patinando, com Barrichello em 15º e Button em 16º, e a Renault de Kovalainen ficou com um também sofrível 12º lugar. Fisichella ainda conseguiu tirar leite de pedra e botou sua Renault na 7ª posição.

O resto é o resto, e a corrida é amanhã. Vamos ver se Massa larga decentemente desta vez.

12 abril 2007

Massa em dia de Barrichello

Sem tempo para respirar, porque neste próximo final de semana já tem o GP do Bahrein, vamos rapidinho falar da segunda corrida da temporada, o GP da Malásia.

Aquela supremacia que a Ferrari mostrou na Austrália virou poeira atrás dos carros da McLaren, que mandaram na prova desde a largada. Massa, em dia típico de Barrichello, largou muito mal e deixou tanto Alonso quanto Hamilton passarem. Enquanto Alonso se mandava lá na frente, Massa passou a pressionar Hamilton - porque sabia que não podia ficar preso atrás do inglês - e aí duas coisas aconteceram: primeiro, Hamilton mostrou segurança invejável para um estreante, suportando a pressão de Massa; segundo, o brasileiro foi afobado demais e acabou saindo da pista depois de uma tentativa de ultrapassagem. O passeio na grama de Sepang lhe custou duas posições, perdidas para Raikkonen e Heidfeld, e ele não conseguiu se recuperar mais.

Mérito para a McLaren, que tinha um carro redondinho para a prova e viu uma dobradinha pela primeira vez desde 2005. Alonso pilotou com a habitual competência e saiu da corrida dois pontos à frente de Raikkonen no campeonato - é o novo líder. Já Hamilton mostrou novamente maturidade e talento - o carro certamente ajuda -, e segurou Raikkonen nas voltas finais, chegando em segundo.

Não que o finlandês tenha tido assim toda essa vontade de brigar com Hamilton pela posição. A Ferrari decidiu que ele continuaria com o mesmo motor da Austrália, para evitar uma punição no grid, então Raikkonen acabou fazendo uma prova conservadora demais, evitando forçar o carro para garantir a terceira posição.

No resto, a corrida foi bem chata depois das primeiras eletrizantes voltas. A BMW continua bem na fita, apesar dos problemas enfrentados por Kubica - que foi o último entre os que completaram a prova - e Heidfeld abocanhou tranqüilo um quarto lugar, mostrando-se até surpreso depois da prova por ter segurado a Ferrari de Massa com tanta facilidade.

A Toyota vai melhorando aos poucos e conseguiu colocar Trulli na zona de pontuação, em sétimo lugar. Um bom resultado para um carro que não empolga ninguém.

A grande surpresa foi a Renault. Depois de tomar uma surra nos treinos, o carrinho de Flavio Briatore estava até competitivo na prova, e seus dois pilotos marcaram pontos: Fisichella em sexto e Kovalainen em oitavo. Este último, por sinal, deu lá suas erradinhas, mas recuperou-se com certa galhardia do desastre que havia sido a Austrália.

A Honda? Bom, assim como Massa teve seu dia de Barrichello, Barrichello teve seu dia de... Massa, vá lá, fazendo uma corrida de recuperação - largou dos boxes, em último - e chegando num honroso 11º lugar. Honroso se a gente considerar a caca absoluta que é o carro da Honda. Button foi pior e não descolou nada além do 12º lugar.

Será que acabou mesmo a supremacia da Ferrari, como tem muito nego por aí dizendo? Eu seria mais cauteloso ao afirmar isso. Afinal, Massa teve um dia muito ruim e Raikkonen correu limitado pelo motor que não estava 100%. Ainda acho que a Ferrari é a equipe mais forte da temporada, mas vamos ver o que acontece no Bahrein.

E, como sempre, eis os resultados finais do GP da Malásia:

1. Fernando Alonso (ESP) - McLaren/Mercedes, 56 voltas em 1h32min14s930
2. Lewis Hamilton (ING) - McLaren/Mercedes, a 17s557
3. Kimi Raikkonen (FIN) - Ferrari, a 18s339
4. Nick Heidfeld (ALE) - BMW Sauber, a 33s777
5. Felipe Massa (BRA) - Ferrari, a 36s705
6. Giancarlo Fisichella (ITA) - Renault, a 1min05s638
7. Jarno Trulli (ITA) - Toyota, a 1min10s132
8. Heikki Kovalainen (FIN) - Renault, a 1min12s015
9. Alexander Wurz (AUT) - Williams/Toyota, a 1min29s924
10. Mark Webber (AUS) - Red Bull/Renault, a 1min33s556
11. Rubens Barrichello (BRA) - Honda, a 1 volta
12. Jenson Button (ING) - Honda, a 1 volta
13. Takuma Sato (JAP) - Super Aguri/Honda, a 1 volta
14. Scott Speed (EUA) - Toro Rosso/Ferrari, a 1 volta
15. Ralf Schumacher (ALE) - Toyota, a 1 volta
16. Anthony Davidson (ING) - Super Aguri/Honda, a 1 volta
17. Vitantonio Liuzzi (ITA) - Toro Rosso/Ferrari, a 1 volta
18. Robert Kubica (POL) - BMW Sauber, a 1 volta

Não completaram:

Nico Rosberg (ALE) - Williams/Toyota
David Coulthard (ESC) - Red Bull/Renault
Christijan Albers (HOL) - Spyker/Ferrari
Adrian Sutil (ALE) - Spyker/Ferrari

No campeonato, Alonso tem 18 pontos contra 16 de Raikkonen. Hamilton vem em terceiro com impressionantes - para um estreante - 14 pontos. Massa é apenas o sexto, com 7 pontos, o mesmo número de pontos de Fisichella. O brasileiro vai ter de remar muito para conseguir alcançar os líderes.

E vamos ao Bahrein. (Não agüento mais essas corridas de madrugada).

Massa perde duas posições na largada...

... sai da pista depois de pressão sobre Hamilton, voltando atrás de Heidfeld...

... e vê Alonso receber a bandeirada da vitória no GP da Malásia.

07 abril 2007

Malásia, treino de classificação

A corrida de amanhã promete, se formos analisar os resultados do treino de classificação. A briga de cachorro grande entre Ferrari e McLaren se mostra mais acirrada do que na Austrália, quando a Ferrari parecia claramente superior. Bom, a McLaren encostou e promete dar trabalho no resto da temporada.

Massa cravou uma pole suadíssima, com 1min035s043 contra 1min35s310 de Alonso. E o resultado saiu apenas na sua última volta rápida, no finalzinho do treino, lembrando o saudoso Ayrton Senna, que gostava de aprontar dessas para cima dos adversários. Kimi Raikkonen foi mais discreto e ficou com a terceira posição. Durante todo o final de semana, ele andou atrás de Massa, mas isso não quer dizer nada para o finlandês, que na hora do pega pra capar costuma se mostrar muito competente. E a nova sensação da F1, o inglês Lewis Hamilton, botou sua McLaren na quarta posição, embora pouco mais de um segundo mais lento do que Massa. São as dores do aprendizado, mas o garoto vem se saindo bem.

Uma boa surpresa foi a Williams, que parece estar deixando para trás os dias negros de 2006 e conseguiu colocar Nico Rosberg na sexta posição. Teria colocado também Alexander Wurz entre os dez primeiros se o austríaco não tivesse tido um problema no câmbio. E a BMW confirma sua posição como a terceira força do campeonato, colocando Heidfeld e Kubica na 5ª e 7ª posições, respectivamente.

Outra surpresa foi a Toyota, que encaixou seus dois carros entre os dez primeiros. Parece que o carro japonês se dá melhor nessa pista de Sepang do que em outros circuitos.

O troféu "fundo do poço" fica com duas equipes: a Renault parece andar cada vez mais para trás e Kovalainen e Fisichella largam apenas em 11º e 12º, respectivamente - é impressionante como a equipe desabou depois da saída de Alonso; e a Honda, coitadinha, já ocupa o fundo do poço desde a primeira corrida, com Button em 15º e Barrichello num sofrível último lugar depois de ter que andar com o carro reserva e sofrer uma punição que o derrubou para o final do grid. Não que a punição tenha alterado muita coisa, porque Barrichello só havia conseguido um lamentável 19º lugar antes de passar para o carro reserva.

Enfim, o GP da Malásia promete briga boa entre Massa, Alonso e Raikkonen. E se chover a coisa toda fica imprevisível. Veremos.

06 abril 2007

Massa na briga

Primeiro dia de treinos livres na Malásia. Muito sol e muito calor. Acho que os pilotos deveriam receber um adicional de insalubridade por correr na Malásia.

Felipe Massa dominou o primeiro dia, fazendo o melhor tempo nas duas sessões de treinos. Seu companheiro na Ferrari, Kimi Raikkonen, teve desempenho mais discreto, ficando apenas com o quarto lugar nas duas sessões. Massa parece favorito, mas na Austrália ele também foi o mais rápido nos treinos livres e depois...

A McLaren está na briga, com Alonso e Hamilton em segundo e terceiro, respectivamente, na tabela conjugada de tempos - que reúne os tempos obtidos nas duas sessões. É verdade que tiveram um desempenho bem apagado no segundo treino, mas esses treinos livres não são indicação de muita coisa não, tem equipe que esconde o jogo e tem outras que aproveitam para testar a funcionalidade da rebimboca da parafuseta e por aí vai.

Mesmo com essa ressalva, quem parece seguir rápido para o fundo do poço é a Renault, que não consegue melhorar. Nos tempos agregados, Fisichella foi quase um segundo mais lento do que o melhor tempo de Massa. E quem me surpreendeu pelos resultados muito discretos foi a BMW, que ficou apenas em 11º com Kubica nos tempos agregados. Mas, como diz o clichê futebolístico, treino é treino, jogo é jogo...

E a Honda, hein? É o caso de decadência mais veloz que eu vi nos últimos anos, nem a Renault desabou desse jeito do ano passado para cá. Jenson Button ainda conseguiu um 17º lugar no geralzão, mas Barrichello não passou de 23º e penúltimo. E com um tempo quase quatro segundos inferior ao de Massa. Agora é ver qual será o tamanho do prejuízo no treino de classificação.

Então esperemos pelo treino.

03 abril 2007

Notas da F1

- E o calorão da Malásia vem aí, desta vez prometendo chuva - mas a gente sabe que previsão de meteorologista é tão confiável quanto o horário da programação do SBT, então não me surpreendo se não cair uma gota d'água. Mas o calorão vai ter, isso com certeza. É neste final de semana, hein? 6-8 de abril.

- E o calorão da Malásia preocupa Raikkonen, que talvez tenha de trocar o motor. Pronto, é o velho azar do finlandês dando as caras. Melhor pra Massa, então? Ninguém sabe.

- Pânico total na Renault: o carro é uma bela porcaria, os pilotos são fracos e o chefe não colabora, fritando seus funcionários em público. Fisichella já bota a boca no trombone e diz que o carro é ruim. E Kovalainen ainda lambe as feridas do desempenho desastroso em Melbourne.

- Enquanto isso, estão enchendo muito a bola do Lewis Hamilton. O garoto fez uma bela corrida de estréia, mas ainda precisamos ver como ele se sai ao longo do campeonato. O campeonato é longo e o companheiro dele é um sujeito chamado Fernando Alonso. Então não coloquemos o veículo na frente dos bovinos...

- Massa me preocupa. Continua choramingando seu azar no fim de semana de estréia. Alguém devia dar a ele uma dica: inspirar-se mais em Schumacher, que não ficava se lamentando quando as coisas davam errado e partia logo pra outra.

- É, o calorão da Malásia vem aí...